O que é Bandagem Elástica Adesiva
A bandagem elástica adesiva é a bandagem funcional com propriedades elásticas.
O grande diferencial da bandagem elástica é que não limita a movimentação corporal, considerado seu maior benefício em relação às bandagens rígidas.
A técnica de bandagem elástica mais conhecida é a Kinesio Taping, criada e desenvolvida no Japão, em 1973, pelo Dr. Kenzo Kase.
Inicialmente utilizada em pacientes e atletas no Japão, o método rapidamente se espalhou para a população em geral, através de centros de reabilitação que começaram a utilizá-las.
As bandagens apareceram pela primeira vez nos atletas nas olimpíadas de Seul, em 1988, mas ganharam o ocidente quando chegaram nos Estados Unidos da América em 1995, e nos anos seguintes na Europa e América do Sul.
Sua disseminação, em grande parte, foi devido a capacidade de integração com outros tratamentos, e dos bons resultados apresentados.
Desde então, vem sendo amplamente estudada, e hoje faz parte de diversos tratamentos. Apesar de ser muito utilizada por atletas e praticantes de atividades físicas, a bandagem elástica pode trazer benefícios para qualquer pessoa que esteja sentindo alguma dor ou limitação física.
Para melhor aderência na pele, a bandagem dispõe de uma cola especial sem látex, e o tecido poroso permite a respiração cutânea, sem obstruções, não criando atrito com a pele.
Feita para ser resistente à água, tem seu efeito prolongado no dia-dia, não sendo necessário retirá-la para o banho ou para atividades e esportes aquáticos.
Esses fatores aumentam a durabilidade da bandagem, que pode ser de 3 a 5 dias.
As aplicações da bandagem elástica tem como objetivo oferecer suporte externo aos tecidos moles, não limitando sua ação. Ou seja, sustenta os movimentos sem bloqueá-los.
Além de promover estímulos mecânicos constantes na pele, ativam receptores cutâneos sensíveis a alterações do sistema articular.
Induzem, assim, conexões com tecidos mais profundos, aumentando o espaço intersticial, o que resulta em uma diminuição da pressão sobre os nociceptores, diminuindo a dor e permitindo melhor circulação linfática.
À medida que os estudos e as aplicações se desenvolvem, os profissionais verificaram que a bandagem tem várias funções diferentes, seja para sustentar e ajudar no movimento, empuxo inicial e até para dar amplitude ao movimento.
Alguns dos principais mecanismos de correção possibilitados pelo uso da bandagem, são:
Antes de abordar as técnicas e possíveis aplicações, é de extrema importância destacar, a necessidade de conhecimento técnico e profissional sobre as bandagens elásticas (neuromusculares e terapêuticas), para melhor utilização e resultados desejados.
Os métodos não se baseiam apenas na colocação da bandagem, mas em um processo inicial de avaliação de cada condição, identificando a causa da disfunção dos tecidos, e assim, fazer a aplicação adequada da bandagem.
As aplicações se baseiam, principalmente, em estímulos sensoriais sobre a pele, os quais podem ser utilizados para potencializar e facilitar a homeostase tecidual e corporal, em qualquer condição humana.
Utilizadas globalmente por diversos profissionais da área da saúde, com destaque para os fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, quiropraxistas, fonoaudiólogos, veterinários, entre outros.
Dentro de cada especialidade, há métodos e técnicas específicas.
Confira, por exemplo, possíveis aplicações das bandagens elásticas em animais.
Para melhor aproveitamento das técnicas, os conhecimentos específicos em anatomia palpatória, testes de função, de força muscular, de amplitude e disfunções de movimento tornam-se essenciais.
Todo conhecimento musculoesquelético é necessário aplicar a técnica específica e adequada para cada caso e necessidade.
Com a observação desses movimentos será possível concluir o posicionamento e o tensionamento da bandagem, a fim de facilitar e não prejudicar a rotina do paciente.
Atualmente, existem instituições dedicadas a desenvolver e oferecer cursos em bandagens elásticas adesivas em todo o mundo, como é o caso da Thysol e o método Medical Taping Concept (MTC).
A maioria dos cursos MTC são cursos independentes, credenciados globalmente e oferecidos a profissionais da área médica.
Antes de aplicar a bandagem, é muito importante o preparo da pele para a execução da técnica, verificando se existem descontinuidades ou lesões, tais como feridas, calosidades ativas, irritações e fístulas.
Essas áreas devem ser evitadas. E quando necessário, utilizar álcool para fazer a limpeza da pele, pois é aconselhável que esteja livre de hidratantes, óleos ou cremes.
Caso a pele seja frágil e fraca, como no caso de crianças, idosos e pessoas de pele muito clara, é indicado lavar com hidróxido de magnésio (leite de magnésia) para evitar possíveis irritações.
Após a preparação da área, o profissional corta um pedaço da bandagem de acordo com a região e com o objetivo da aplicação.
É Importante levar em consideração o tensionamento que será aplicado, pois aumentará o tamanho final da bandagem.
De acordo com estudos existem diferentes tipos de cortes e processos de aplicação que maximizam os efeitos e resultados.
Corte (I) – Tem o objetivo de causar estímulo direcionado para determinada área e/ou crivagem
Corte (Y) – Tem o objetivo de causar estímulo em uma área maior e/ou mais ampla
Corte (X) – Tem o objetivo de estabilização articular e/ou reorganização postural
Corte (Leque) – Tem o objetivo de auxiliar na drenagem de edemas e hematomas
Todos os cortes devem ser feitos com bordas arredondadas, para melhor aderência à pele.
Banda – Primeiro ponto de contato para fixação na pele
Cauda – Proporção de tensionamento para fixação na pele
Âncora – Último ponto de contato para fixação na pele
O adesivo protetor da primeira âncora é retirado e ela é colocada na região do corpo desejada, sem tensionamento
O adesivo protetor da cauda é retirado, é aplicado o tensionamento adequado, colando-a no corpo
O adesivo protetor da terceira âncora é retirado e ela por fim também é colada no corpo, sem tensionamento
A bandagem deve ser aplicada em uma posição que favorece o estiramento ou alongamento da pele
e tecidos adjacentes, de forma que promova pouca tensão na bandagem durante os movimentos.
As aplicações ocorrem nos sistemas fisiológicos e em seus respectivos receptores, resultando em diferentes efeitos para cada um dos 5 sistemas:
Ao aplicar, é necessário esfregar a bandagem a fim de ativar a cola e promover, assim, maior aderência e durabilidade.
É importante avaliar alguns movimentos funcionais do paciente, para observar se a bandagem não está interferindo no conforto ou na funcionalidade do indivíduo.
As aplicações mais comuns estão relacionadas com o reposicionamento articular, a alteração da ativação muscular e a drenagem linfática.
*As reavaliações devem ser frequentes e padronizadas, para avaliar se houve progresso do tratamento, e para o profissional verificar se é necessário repensar seus objetivos e condutas, reavaliando a necessidade, o posicionamento e a tensão das bandagens
A medida que o uso das bandagens se amplia para mais tratamentos, diversos benefícios são observados, tais como:
Por demonstrar sinergia com outros tratamentos e acelerar a recuperação, as técnicas de bandagem elástica terapêuticas e neuromusculares vem ganhando grande aceitação entre profissionais de saúde.
Além de demonstrar as vantagens após a sua aplicação, fez tornar padrão o uso das bandagens para diversas intervenções em pacientes.
Empregada nos diversos níveis de assistência, seja primário (prevenção de lesões), secundário (tratamentos agudos e subagudos) e terciário (situações crônicas de incapacidades funcionais), com resultados seguros e mínimos efeitos colaterais.
Durante o tratamento fisioterapêutico, a bandagem elástica é mais um recurso que deve ser utilizado em conjunto com outras técnicas, principalmente a cinesioterapia.
As bandagens permitem, ainda, que sejam usadas com outras terapias, como: cromoterapia, acupuntura, hidroterapia, terapia manual, eletrotermofototerapia, citando alguns.
Em razão a todos esses recursos, vem sendo muito utilizada em todas as áreas da fisioterapia, tendo aplicabilidade na fisioterapia esportiva, musculoesquelética, neurológica, pediátrica, geriátrica, reumatológica, saúde da mulher, entre outras.
Todas as funções citadas acima, só podem ser alcançadas quando o profissional identificar o tecido responsável por causar a disfunção em questão, e aplicar a técnica de bandagem específica adequada para sua correção.
Sendo assim, todo o sucesso da aplicação depende de uma avaliação criteriosa e conhecimento técnico.
As bandagens elásticas disponíveis no mercado apresentam tamanhos diferentes. É possível encontrá-las com 2,5 cm | 3,5 cm | 5 cm e 7,5 cm de largura, em rolos de 5 e 31,5 metros de comprimento.
A largura mais encontrada comercialmente é a de 5 cm, deixando o profissional livre para realizar cortes até chegar à medida desejada para aplicação.
Construída por fibras de algodão, que possuem até 140% de elasticidade. A bandagem pode ser estendida de 40% a 60% do seu comprimento original, apresentando elasticidade semelhante à da pele.
Apesar das diferentes cores, não há diferença entre seus materiais e elasticidades.
Empregam o princípio da cromoterapia, por meio de cores sedativas ou tonificantes, que embora seja um conceito mais comum no oriente, diversos estudos vêm mostrando que as cores podem desencadear efeitos terapêuticos de diferentes formas.